quinta-feira, novembro 10, 2005

Com festa, pizza é servida no Congresso

Na semana passada, falei que a Comissão de Ética tinha preparado a primeira pizza do escândalo do mensalão. Ontem, ela foi saboreada com requintes de festa. O deputado Sandro Mabel, acusado de fazer parte do esquema, inclusive de tentar comprar a ida da deputada tucana Raquel Teixeiro (GO) para o PSDB, teve o processo de cassação arquivado. Foram mais de 300 votos em favor do arquivamento. Confesso que, como cidadão, fiquei indignado. Cassaram o Roberto Jefferson, que denunciou o esquema de corrupção, mas não cassaram Sandro Mabel. A justificativa é simples (ou simplória) não havia provas materiais contra ele.
"Não estou dizendo que ele é inocente. Apenas peço o arquivamento por falta de provas. Não digo que a deputada Raquel Teixeira mentiu, digo apenas que provas não foram apresentadas. A deputada depôs na condição de testemunha e não de acusadora. Acusador é o PTB e nós não encontramos provas das acusações", afirmou o relator Benedito de Lira.
Se não havia provas materiais contra Mabel, não há razão para cassar José Dirceu. Até agora ninguém conseguiu provar nada contra o ex todo poderoso ministro chefe da Casa Civil. Alguém duvida que outros citados não serão cassados? Só serão cassados aqueles deputados que tiveram, de fato, ligação com a esquerda. Gente como Mabel, liberal e de direita (governista apenas por conveniência), faz parte dos esquemas antigos – de outros governos – e não serão varridos para fora do Congresso.

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