terça-feira, abril 18, 2006

O governador Roberto Requião não levou em conta quem pagará o mínimo

Depois de duas semanas de pressão, os deputados paranaenses começaram ontem a ouvir os argumentos de diferentes entidades sobre a proposta de Requião para criação do salário mínimo regional. Na verdade, poucos deputados estavam no plenário, mas a iniciativa do presidente da AL, Hermas Brandão, é elogiável. Ouvir o que as entidades têm a dizer - pró e contra o projeto - é o que deveria ser feito antes da votação de qualquer projeto relevante (inclusive nas câmaras de vereadores).
Mas há alguns detalhes a considerar no projeto de Requião. Embora a proposta seja bastante sensata (o mínimo deveria mesmo ser maior do que é), quem de fato irá pagá-lo será os empregadores domésticos e os produtores rurais. Quase todas as demais categorias já ganham mais de R$ 400,00. Mas é complicado imaginar como uma família de classe média-baixa, que precisa pagar uma doméstica, poderá pagar tal salário. Quer um exemplo: boa parte dos professores ganha por turno salários que variam entre R$ 400,00 e R$ 600,00. Uma professora (separada, divorciada etc), com renda única, trabalhando dois turnos, e com salário mensal de R$ 1.000,00, como poderá manter uma empregada doméstica?
Infelizmente, em nosso país, um projeto como o do governador possibilita situações injustas como essa (injutas para a professora e para a doméstica).

Um comentário:

Anônimo disse...

Conheço muita gente que vai demitir a empregada. Irão contratar diaristas, sem registro.