quarta-feira, fevereiro 22, 2006
Manifestação da saúde não tem forças
A presença de aproximadamente 30 pessoas no protesto da saúde no final da tarde de ontem deveria motivar os organizadores do movimento a repensarem a estratégia utilizada. A população não vai sair de casa ou do trabalho para reclamar da saúde. O cidadão reclama, mas não tem coragem de "dar a cara pra bater". E o governo sabe disso. Por isso mesmo, está pouco preocupado com o barulho feito pelo Sismmar e outras entidades. Esse "barulho" sempre será visto como coisa de um PT derrotado nas eleições de 2004, magoado por ter sido tirado do comando político da cidade. O prefeito nunca vai entender o protesto como uma manifestação pública contra um ato administrativo dele.
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8 comentários:
O povo não está nem aí se a saúde pública vai ser privatizada ou não. O povo quer é ser bem atendido e quando não é reclama. Se ele for bem atendido num sistema privatizado, irá elogiar e gostar. O povo está se lixando para o debate ideológico, que é coisa das elites que disputam o poder no país. O povo quer pão e circo, seja lá de onde venha.
É uma pena que o prefeito não tenha essa capacidade. Isso só prova que ele não tem competência para administrar, afinal um líder deve reconhecer quando não está agradando, mesmo que a manifestação seja tímida.
Quando o SB descobrir que deverá repassar algo em torno de 2 milhões de reais por mês para a ONG administrar o Hospital Municipal, talvez ele repense a situação.
Esta é uma previsão simplista, utilizando o Modelo de São Paulo que é elogiado por ele.
O ato realizado no terminal urbano foi um ato de distribuição de panfletos, de conscientizaçaõ da população e convite para participação na reunião do Conselho Municipal de Saúde. Por isso, foi um ato do tamanho previsto. Dizer que foi uma atividade tímida é desconhecer a atitude de enfrentamento que o SISMMAR vem travando contra um projeto político de destruição do Sistema Público de Saúde de Maringá.
A administração municipal não aposta na falta de coragem do povo em "dar a cara para bater", aposta sim em uma educação de submissão que as elites promovem no Brasil há mais de 500 anos, sob seus governos. Além do mais, aposta na intimidação, pois sempre envia seus representantes para filmar e delatar aqueles que têm uma opinião diferenciada.
Dizer que o "barulho" feito pelo Sismmar não vai incomodar é o mesmo que comprar um discurso feito por aqueles que defendem o projeto privatista. É reproduzir o discurso reacionário, retrógrado e autoritário que desconhece o papel dos movimentos reivindicatórios na conformação de políticas públicas e sociais. E, para completar, dizer que é coisa do PT, ressentido por perder as eleições, é reduzir a questão a um jogo partidário para não explicar suas ações. Segue a lógica de desqualificar o discurso daqueles que são contrários para supervalorizar uma ação que fere os interesses da população.
Não faço parte do PT e não reconheço esse partido como legítimo representante da classe trabalhadora. Mas se estão contra o projeto privatista do governo municipal, devem sair às ruas e lutar com todos os que querem lutar. Outros partidos deveriam fazer o mesmo. Isso é democracia!
É, Nóis, circo tenho visto muito. O que falta é PÃO, ou seja, remédios, médicos, saúde funcionando (sem privatizar), merenda nas escolas e centros infantis (está ruim), etc, etc,etc...
Ângela: e elles (os BARROS) ouvem alguém?
Dizer que é dor de cotovelo do PT também não é certo. O PT fez manifestações também na privatização das escolas municipais, as famigeradas ESCOLAS COOPERATIVAS e jamais tinha sido governo. Aliás, foi o PT que criou e coordenou o FÓRUM EM DEFESA DO PATRIMÔNIO PÚBLICO.
Acho que outros partidos deveriam também fazer o mesmo.
Discordo. O prefeito se incomoda pelo simples fato que ele não suporta ninguém falar contra seus interesses.
Outra: o povo não acompanha, mas nunca acompanhou. Mas, fala. Onde moro, perto da Vila Esperança há uma turma de arrependidos do voto. Ficam esperando que caia um salvador para ajuda-los.
Outra: melhor ser pouco, mas manter acesa a luta. Os 30 já incomodaram, imagine se de 30 vai para 60, 100...Até a próxima eleição os Barros e seu séquito caem...
Como cidadã brasileira, o que mais me incomoda na política é a alienação a que nossos representantes públicos submetem o povo. Passou e muito da hora de se proibir discursos alienantes, principalmente aqueles perpetrados por deputados, prefeitos, presidentes em relação à coisa pública. O povo precisa compreender que, ao repassar dinheiro de Brasília, o político com mandato não está sendo bonzinho. Pobre povo brasileiro, totalmente alienado de seus direitos de cidadão. Por ignorar sua condição de real controlador das gestões públicas, vive no cabresto daqueles que, legalmente, foram eleitos para defender os interesses coletivos. É fato que a grande maioria da população (e isso até nas camadas mais abastadas, com maior acesso à informação) desconhece os mecanismos institucionais que garantem serviços “gratuitos”, como saúde e educação, por exemplo. Parece que, em sua alienação secular, o povo acredita que o governo tem uma varinha mágica com a qual, num enorme exercício de benemerência, “dá” aos pobres consultas médicas, remédios, salário de aposentadoria, material escolar, livros e outros. E, cegado por esta ótica, para o povo não convêm reclamar das desgraças do serviço público, já que, “ de cavalo dado não se olham os dentes”. E assim dá-lhes serviços público de péssima qualidade. Nossos representantes políticos não fazem absolutamente nada para mudar essa concepção deturpada de cidadania, que faz do Brasil uma nação capenga. Tem um ditado que diz: povo que espera um salvador não merece ser salvo. É o que acontece com o brasileiro, sempre esperando que vá surgir um salvador da pátria para resolver injustiças sociais, consertar as leis e tornar a vida do pobre menos desgraçada. Pode? Pois digo, com a mais absoluta certeza, que este país só muda quando o povo brasileiro acordar para seus direitos, quando começar a exercer de fato o controle social sobre seus agentes públicos. Porque até hoje, quem manda são prefeitos, governadores, presidente, vereadores, deputados, promotores, juízes e desembargadores. Sim, o povo tem medo do poder investido nesta gente. E em suas redomas de vidro, estas cúpulas simplesmente pisam e cospem diariamente na Constituição nacional, que, logo de cara, enuncia que TODO O PODER EMANA DO POVO.. Ou seja, nossa lei maior não passa de tinta no papel. E essa gente faz de tudo para que a situação se perpetue, afinal, em time que está ganhando não se mexe. E a julgar pelo discurso das novas lideranças políticas, as coisas continuarão como estão.. A impressão é que nossos agentes públicos sabem tirar proveito do comportamento ovino do povo. Nada mais fácil que lidar com ovelhas, que seguem mudas para o matadouro. Vertem lágrimas de desespero, é verdade, mas morrem mudas, sem dar um único berro. Por outro lado, acredito que cada povo merece o governante que tem. E - perdoem meu ceticismo – mas nós, brasileiros, merecemos estes nossos políticos. Sim, porque o brasileiro tem o péssimo hábito de pensar só em si mesmo. “Eu estando bem, o resto que se exploda”. Esse comportamento é o responsável por muito das mazelas brasileiras. Deixamos os agentes públicos agirem como querem, sem protestar, sem falar nada. E ai de quem ousa protestar: é logo taxado de baderneiro. Tento entender que fatores determinaram, ao longo da nossa história, esse comportamento cívico gelado dos brazucas. Povos economicamente menos evoluídos e secularmente mais castigados que o brasileiro não ficam apáticos diante de medidas e atos governamentais prejudiciais ao interesse coletivo. Argentinos, paraguaios, bolivianos e chilenos vão às ruas, fazem panelaços, exigem e demonstram insatisfação popular. O mesmo acontece em tantos países do planeta, menos no Brasil. A despeito de ser um povo cordial, brasileiro só se manifesta quando seu time ganha, nunca porque a saúde está péssima, nunca porque o INSS trata seus segurados como escória, para citar apenas alguns exemplos cabais. Civismo? O que é isso? Patriotismo? Ah, é aquilo que a gente sente quando a seleção brasileira ganha mais uma copa do mundo. Com um povo como nós, brasileiros, ter um mandato público é o melhor emprego do mundo. Afinal, é empregado mas manda no patrão, faz o que quer, gerencia dinheiro que não tem dono e ainda não precisa dar explicações de seus atos, porque ninguém cobra mesmo.
Ô Nóis: até agora eu só vi CIRCO. Avise pros BARROS que NÓS NÃO SOMOS PALHAÇOS (chega de circo)e de ditadura também.
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